Vitamina D e a doença de Parkinson: uma nova revisão sistemática e meta-análise

A vitamina D é um importante regulador de um grande número de genes. Os suplementos parkinson-1de vitamina D são comumente recomendados para os idosos para prevenir doenças ósseas. Novas evidências, no entanto, indicaram que a vitamina D desempenha um papel crucial no desenvolvimento do cérebro, na regulação da função cerebral e na neuroproteção. A doença de Parkinson (DP) é uma doença degenerativa comum em idosos, caracterizada por desordens dos movimentos, incluindo tremores, acinesia e perda dos reflexos posturais.

Os sintomas motores resultam em grande parte da morte contínua de neurônios, apesar do uso das intervenções terapêuticas atuais. A causa e o mecanismo da morte dos neurônios ainda são desconhecidos. A deficiência de vitamina D é comum em pacientes com DP sugerindo seu potencial preventivo e terapêutico. A vitamina D pode exercer efeitos protetores e neurotrópicos diretamente ao nível celular, por exemplo, na proteção do sistema da dopamina e/ou pela regulação da expressão genética. Esta nova revisão, recém publicada na revista Neurological Sciences, resume as evidências observacionais implicando vitamina D como uma candidata para a prevenção e para o tratamento da DP.

Para estimar a associação entre o status de vitamina D e a doença de Parkinson, os pesquisadores buscaram por estudos n​​os bancos de dados PubMed, EMBASE e Cochrane Library, até fevereiro de 2014, com as seguintes palavras-chave: “vitamina D” ou “25(OH)D” e “status” ou “deficiência” ou “insuficiência” e “doença de Parkinson”. Uma análise foi então realizada em estudos observacionais que relataram uma associação entre os níveis sanguíneos de vitamina D com a doença. Sete estudos preencheram os critérios de inclusão, com 1.008 pacientes e 4.536 controles.

Os resultados demonstraram que os pacientes tiveram níveis médios mais baixos de vitamina D que os controles saudáveis. Os pacientes com insuficiência de vitamina D tiveram um risco aumentado para a DP e os pacientes com a deficiência de vitamina D experimentaram um risco duas vezes maior. 

Os pesquisadores resumem:

Baixos níveis de vitamina D estão associados a um risco aumentado para a doença de Parkinson.

Fontes:

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Vitamina D e distúrbios cerebrais

Em um editorial publicado no American Journal of Clinical Nutrition, os pesquisadores flat-tire-e1380066411244-620x413afirmam que há evidências convincentes que a deficiência de vitamina D afeta negativamente o desenvolvimento do cérebro do feto e agrava a progressão de distúrbios cerebrais em adultos.

A última década assistiu a uma onda de pesquisa que investiga o papel da vitamina D na função cerebral. A evidência empírica é constituída por:

  • Uma ligação clara entre a vitamina D e função do cérebro a partir de estudos in vitro e em animais
  • Resultados de estudos populacionais
  • Resultados de um pequeno número de ensaios clínicos randomizados ( ECR )

A partir deste conjunto de pesquisas, os autores concluem que há evidências de que a deficiência de vitamina D no útero seja um fator causal em desordens do desenvolvimento neurológico, como a esquizofrenia. “A ausência de vitamina D priva o cérebro em desenvolvimento de um sinal esperado”.

Em contraste, a deficiência de vitamina D em adultos é pouco provável de causar uma desordem cerebral em si, mas sim agrava-la uma vez que ela comece. A esclerose múltipla, a demência e a depressão são doenças complexas provenientes de uma combinação de fatores de risco, incluindo a deficiência de vitamina D, mas depois de terem começado há evidências emergentes de que a suplementação de vitamina D possa interromper ou limitar a sua progressão.

Um estudo emocionante, recentemente publicado no American Journal of Clinical Nutrition descobriu que a suplementação de vitamina D ajudou a retardar a progressão da doença de Parkinson (DP). Embora a vitamina D não cure o Parkinson, os integrantes do grupo de placebo viram um constante agravamento dos seus sintomas em comparação com os do grupo de tratamento. Nós blogamos sobre o estudo aqui.

Parkinson é uma desordem neurológica que afeta o controle muscular e o equilíbrio. Ela está associada com a perda de células nervosas produtoras de dopamina. Recentemente, os cientistas descobriram que o receptor de vitamina D é mais fortemente expresso em áreas ricas em dopamina do cérebro, o que poderia explicar os efeitos neuroprotetores da vitamina D na progressão do Parkinson.

Em conclusão, mais e mais pesquisas continuam a mostrar um efeito neuroprotetor da vitamina D no desenvolvimento e na progressão de uma variedade de desordens do cérebro. Embora a investigação nesta área da neurologia esteja em sua infância, ela oferece ainda uma outra razão para otimizar o seu nível de vitamina D, especialmente se você estiver grávida ou diagnosticado com um distúrbio cerebral.

Tradução Ana Claudia Domene Ortiz

Fonte Vitamin D Council

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Novo estudo: O papel da vitamina D na saúde e nas doenças do sistema nervoso

A vitamina D e os seus metabólitos têm numerosos papéis em matéria de saúde e de kopfschmerz / migränedoenças do sistema nervoso. Modelos animais têm sido fundamentais na contribuição para nosso conhecimento e entendimento das consequências da deficiência de vitamina D no desenvolvimento do cérebro e suas implicações para as doenças psiquiátricas e neurológicas adultas.

A execução in vitro  e dados de modelo animais fornecem evidências convincentes de que a vitamina D tenha um papel crucial na proliferação, diferenciação, neurotropismo, neuroproteção, neurotransmissão e na neuroplasticidade. A vitamina D exerce a suas funções biológicas não somente pelos processos celulares diretamente influenciados, mas também influenciando a expressão gênica através de elementos responsivos à vitamina D.

Neste estudo, publicado este mês na revista Neuropathology and Applied Neurobiology, os pesquisadores do Departamento de Neurociências Clínicas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, liderados por Gabriele De Luca, PHD, MD, fizeram uma revisão destacando as evidências epidemiológicas, neuropatológicas, experimentais e genéticas moleculares implicando a vitamina D como uma candidata para influenciar a susceptibilidade a uma série de doenças neurológicas e psiquiátricas.

Os autores resumem:

“A força das evidências varia entre esquizofrenia, autismo, doença de Parkinson, esclerose lateral amiotrófica, doença de Alzheimer e é especialmente forte para a esclerose múltipla.”

Fonte

Review: The role of vitamin D in nervous system health and disease. Agosto de 2013.

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A vitamina D pode ajudar alguns pacientes de Parkinson

Em razão dos seus genes, alguns pacientes de Parkinson podem ser capazes de retardar a Parkinsonsua deterioração, tomando suplementos de vitamina D, de acordo com um pequeno estudo no Japão.

Pesquisadores designaram aleatoriamente 114 pessoas com doença de Parkinson para tomar diariamente vitamina D ou placebo, durante um ano, e constataram que a condição neurológica não avançou tanto naqueles que tomaram suplementos em comparação com os que tomaram placebos. Mas isso foi verdadeiro apenas para as pessoas com determinadas versões de um gene para o receptor de vitamina D.

Dr. Lin Zhang, que não estava envolvido no trabalho, mas estuda as deficiências nutricionais em pessoas com Parkinson chamou os resultados “muito promissores”, mas pediu cautela na interpretação dos resultados.

“Estamos apenas começando a reconhecer os potenciais benefícios da vitamina D em retardar a progressão da doença de Parkinson e não temos nenhuma maneira de saber a dosagem exata que uma pessoa deve tomar com ou sem tais genótipos”, disse Zhang, da Universidade de Califórnia, Davis.

Estudos anteriores consttaram que as pessoas com doença de Parkinson têm baixos níveis circulantes de vitamina D no seu sangue, apesar de nenhum ter estabelecido se a deficiência da vitamina é a causa ou o efeito da doença.

O corpo produz vitamina D a partir de exposição à luz solar e utiliza-o para ajudar a obter o cálcio nos ossos, entre outras funções. A própria vitamina ativa uma proteína do receptor nas células que desencadeia a atividade de uma variedade de genes.

Para o novo estudo, os pesquisadores recrutaram 114 pacientes com Parkinson entre 45 e 85 anos, para ver se a ingestão de suplementos de vitamina D mudaria o quão rápido os sintomas da doença de Parkinson progrediram.

Destes, 56 pacientes tomaram 1.200 unidades internacionais de vitamina D por dia, durante 12 meses, e 58 tomaram placebos para o mesmo período de tempo.

No início do estudo, cerca de 45 pacientes em cada grupo marcaram um 1 ou 2, numa escala de cinco pontos, que mede a deficiência da doença de Parkinson. A pontuação de 1 representa a menor deficiência, enquanto 5 está acamado.

Medidas de incapacidades incluem se uma pessoa tem ou não dificuldades de movimentos, problemas de equilíbrio e se pode se locomover por conta própria.

No final do ano, os pesquisadores descobriram que 16 pessoas no grupo tomando suplementos não pioraram na escala de cinco pontos, em comparação com 7 pessoas cujos sintomas permaneceram estáveis ​​no grupo tomando placebo.

Mas quando eles olharam para os pacientes ” com genes de receptores de vitamina D, os pesquisadores descobriram que as pessoas com a versão do gene conhecido como FokI TT se beneficiaram mais dos suplementos, seguidos por aqueles com a variante CT FokI, em comparação com as pessoas no grupo placebo. Em pessoas com o genótipo CC FokI não houve beneficio a todos.

Resultados semelhantes foram observados por outra medida de sintomas de Parkinson, de acordo com o relatório no American Journal of Clinical Nutrition.

Zhang disse à Reuters Health, os resultados sugerem que as pessoas com o TT FokI e variantes Foki CT respondem à vitamina D adicional melhor que aqueles com a versão CC FokI do gene.

Apenas 14 por cento dos participantes do estudo tinha a versão do gene TT, enquanto 52 por cento tinha o genótipo CT e 34 por cento tinha a versão CC do gene. Essas proporções são de acordo com a maioria das populações, onde entre 8 e 18 por cento das pessoas têm a variante TT, de acordo com os pesquisadores e entre 46 e 58 por cento dos não-asiáticos têm a variante CT.

Não se verificaram diferenças nos níveis circulantes iniciais de vitamina D entre os participantes do estudo e cerca de metade iniciou com níveis considerados deficientes. Todos os pacientes que receberam o suplemento tiveram mais ou menos o dobro da quantidade de D na corrente sanguínea até o final do estudo, enquanto os níveis no grupo placebo não se alteraram.

O grande número de participantes que tomaram vitamina D, cujos sintomas não pioraram ao longo do ano, sugere que a suplementação de vitamina D pode estabilizar “a gravidade da doença de Parkinson em pacientes com FokI CT e genótipos TT em um curto período de tempo”, concluem os autores do estudo.

Mas há questões ainda não respondidas. Entre elas, se os efeitos da vitamina D podem ser responsáveis ​​pelas diferenças de sintomas observados no final do estudo.

Pesquisas anteriores já constataram que a vitamina pode melhorar a força muscular e o equilíbrio em idosos, por exemplo. Assim, os pesquisadores disseram que não podem ter certeza se o Parkinson dos pacientes não progrediu naqueles que tomaram os suplementos D ou somente melhorou seus equilíbrios.

“Se fizermos o mesmo estudo, visando uma geração mais antiga, sem a doença de Parkinson e obtivermos os mesmos resultados, isto irá sugerir que o efeito observado no presente estudo foi apenas de melhora do equilíbrio”, disse o Dr. Mitsuyoshi Urashima, autor sênior do estudo de Jikei University School of Medicine, em Tóquio, em um email à Reuters Health.

Até que mais estudos sejam feitos, Zhang disse que há muitas variáveis ​​para emitir uma recomendação geral para todos os pacientes de Parkinson tomarem vitamina D.

“O ponto principal é que existem muitos outros fatores para levar em consideração”, disse ele.

Referências

Randomized, double-blind, placebo-controlled trial of vitamin D supplement in Parkinson’s disease”. Autores: Masahiko Suzuki, Masayuki Yoshioka, Masaya Hashimoto, Maiko Murakami, Miki Noya, Daisuke Takahashi e Mitsuyoshi Urashima

Tradução Vitamina D – Brasil

Fonte REUTERS

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